JESUS CRISTO NOSSO REI

Concluímos o Ano Litúrgico, contemplando aquele que chamamos de Rei do Universo. Reconhecemos sua soberania ou senhorio, à semelhança de Paulo aos Colossenses que agradece ao Pai “que nos recebeu no reino de seu Filho amado, por quem temos a redenção, o perdão dos pecados” (Cl 1, 13-14).

A redenção e o perdão caracterizam o reinado de Jesus a partir da cruz, Rei humilhado e coroado de espinhos. No entanto, reina pelo amor incondicional, reconhecido somente por aqueles que nele creem.  Aos pés da cruz, quem não acreditava, exigia a prova: “salva-te a ti mesmo! ” (Lc 23, 39). Ao contrário, aquele que acreditava, suplicava: “lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (v. 42). A resposta à oração confiante é a graciosa caridade: “ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (v. 43).

O Evangelho de Lucas nos apresenta a misericórdia do Rei, máxime no momento sublime de sua morte. Doa-se no amor verdadeiro e gratuito. Seu perdão é universal.

O Papa Pio XI, ao instituir a festa de Cristo Rei, em 1925, dizia: “É preciso que Cristo reine em nossa inteligência: com plena submissão, com adesão firme e constante, devemos crer nas verdades reveladas e nos ensinamentos de Cristo. É preciso que Ele reine em nossa vontade: devemos observar as leis e os mandamentos de Deus. É preciso que Ele reine em nosso coração: devemos mortificar nossos afetos naturais e amar Deus sobre todas as coisas” (Encíclica Quas Primas, 34). Escrevia para que Cristo reinasse na inteligência, vontade, coração dos católicos.

É o dia dos leigos e leigas para que com seu testemunho coerente e generoso expressem a soberania de Jesus em suas vidas para o mundo. Não poderia haver na liturgia dia melhor para recordar aos leigos que eles são “a luz e o sal da terra”.

Seu apostolado é o trabalho que realizam para difundir a mensagem do Evangelho, de sorte que Jesus é quem reina, na família e na sociedade, nas profissões e situações as mais variadas, através deles.

Na prática, o protagonismo dos leigos no mundo se assemelha à missão dos setenta e dois discípulos. Foram enviados à frente de Jesus a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir (Lc 10, 1). É assim que acontece, quase literalmente. De fato, há lugares e situações que só através dos fiéis leigos, Jesus pode chegar e mostrar-se presente entre nós. Preparam a casa e os ambientes.

Ao celebrarmos Cristo Rei e o dia dos leigos, na nossa Diocese de Iguatu, recordemos de nosso querido bispo emérito, DOM JOSÉ MAURO RAMALHO ALARCON E SANTIAGO, há dias hospitalizado. Dom Mauro marca a Diocese de Iguatu, especialmente, por ter valorizado o trabalho dos leigos e leigas, nas Comunidades Eclesiais de Base, na Legião de Maria e nas diversas Pastorais de Conjunto. Sabia inserir os membros do Povo de Deus, tornando-os corresponsáveis pela obra comum. Cristo sempre reinou na sua vida. Agora, envelhecido e doente, Cristo continua reinando, através de sua aceitação do sofrimento.

Enfim, agradecemos ao Rei que suscita em toda a Igreja a participação dos fiéis que vivem seu batismo e sua crisma. Suscita religiosos (as) de vários carismas que servem aos irmãos. Suscita ministros para a santificação. Em suma, compromete a nós todos.

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