Casa de Sementes

Há 30 anos, o Bispo Diocesano, Dom José Mauro, fundava, no dia 10 de fevereiro de 1987, o Seminário Menor Nossa Senhora da Conceição Aparecida, cumprindo a determinação da Bula de Criação da Diocese de Iguatu In Apostolicis, do Papa São João 23.

Este Documento fundante, de 28 de junho de 1961, diz que se edifique, “ao menos o Seminário Menor, para receber os meninos, que são chamados à herança do Senhor”.

De início, o Seminário Menor funcionou nas dependências do edifício da Cúria Diocesana. Logo a seguir, em 01 de agosto de 1988, Dom Mauro já inaugurava e abençoava a sede própria. Somos muito gratos à iniciativa e à decisão do primeiro Bispo. Agradecemos igualmente aos seus sucessores, Dom José Dott e Dom João Costa que mantiveram e modernizaram a Instituição educativa.

Os frutos desses anos somam 34 sacerdotes. Por isso, repetimos com o apóstolo Paulo: “importa somente Deus, que dá o crescimento. Aquele que planta e aquele que rega são iguais entre si; porém cada um receberá seu próprio salário, segundo a medida do seu trabalho” (1 Cor 3, 7-8). Aguemos, pois, e cultivemos o que foi semeado por aqueles que nos antecederam!

Tendo como reitor o estimado Padre Glauberto Alves de Oliveira, o Seminário, atualmente, funciona como espécie de propedêutico, pois, seleciona os jovens vocacionados e prepara-os ao vestibular para o estudo da Filosofia e da Teologia em outras entidades fora de Iguatu.

A presença de um Seminário Menor Diocesano, em Iguatu, favorece a manutenção de uma cultura vocacional, no presbitério e no laicato. Cultura lembra cultivo. O cultivo se refere a sementes cuidadas. Portanto, seminário é uma metáfora viva. Indica uma “casa de sementes”. É o lugar onde jovens aspirantes ao sacerdócio ficam, temporariamente, para que sua presumível vocação seja reconhecida pela Igreja e seja cultivada com cuidado e apreço, para dar frutos no tempo oportuno. Por si, diz da espera, da esperança, do futuro, preparado e germinado no presente, por uma Igreja viva.

O Seminário é casa ou moradia. É comunidade de partilha. Para educar à autenticidade e à responsabilidade, o regulamento e o horário favorecem ao convívio fraterno, alegre e eclesial e ao ambiente de seriedade no estudo e na oração. Juntam-se e encontram-se jovens de fé que trazem em si o gérmen do chamado divino ao seguimento de Jesus e ao serviço do Povo de Deus.

O primeiro responsável pelo Seminário é o bispo. O responsável por cultivar a sementeira é o reitor com o diretor espiritual e outros membros da equipe formativa. Os responsáveis pelo convívio são os próprios seminaristas. Quanto a alimentar a cultura vocacional na Diocese, é também o bispo, porém, seguido e apoiado pelos párocos e as lideranças leigas e religiosas, as famílias e a Pastoral Vocacional.

O Papa Francisco utilizou a expressão “cultura vocacional” por ocasião do Congresso de Pastoral Vocacional, organizado pelo Departamento da Conferência Episcopal Italiana, no dia 5 de janeiro do ano em curso. De bom grado, transcrevemos um breve parágrafo de sua longa alocução:

“Hoje precisamos de uma pastoral vocacional com horizontes amplos e com perspectiva de comunhão; capaz de interpretar com coragem a realidade como ela é com as dificuldades e as resistências, reconhecendo os sinais de generosidade e de beleza do coração humano. É urgente inserir nas comunidades cristãs uma nova “cultura vocacional”.

Como implantar a nova cultura vocacional? Antes de tudo, através da Pastoral Vocacional que reconheça os sinais de generosidade e de beleza no coração humano de nossos jovens. O jovem é capaz de dizer sim ao Senhor, mas não sabe como. A Pastoral Vocacional pode ajudá-lo a discernir o apelo em meio aos vários outros.

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