ALEGORIAS DO SAL, DA LUZ, DA CIDADE

No Sermão da Montanha, o Mestre trata das boas obras, através dos temas do sal, da luz, da cidade (Mt 5, 13-16).

O sal representa os discípulos que possuem o encargo de salgar na sua atuação missionária. Salgar é sinônimo de evangelizar. Cabe aos mesmos serem fieis a Cristo e a si próprios na evangelização. Caso contrário, perdem-se a si mesmos, não servindo para nada. Serão jogados fora ou pisoteados pelos homens (v. 13).

Em Marcos, Jesus diz uma frase instigante: “Tende sal em vós mesmos” (Mc 9, 50). Parece aludir ao estímulo, ao tempero, ao ardor sem os quais o evangelizador se torna um instrumento insonso e ineficaz.  O sal também preserva e conserva. Dá gosto e prazer. São alegorias das qualidades próprias do discípulo-missionário.

A luz representa também os discípulos na sua atuação missionária e evangelizadora (v. 14). Adquire uma dimensão moral quando indica as boas obras. Assim sendo, as obras se forem boas acendem a lâmpada, colocada no candelabro para brilhar a todos os que estão em casa (v. 10) e o Pai seja glorificado (v. 17).

A cidade construída sobre o monte e que não pode ser escondida (v. 14) é equivalente à própria luz que não se esconde.

As três alegorias, na sua simplicidade e sabedoria, ensinam que o Evangelho como foi pregado e vivido por Jesus, haverá de ser difundido pelos seus discípulos por palavras e por ações. Não bastam as palavras, pois os exemplos é que arrastam, isto é, fazem discípulos ou seguidores de Jesus.

Estas alegorias dizem de nós mesmos, daquilo que Jesus espera de nós, no mundo, na sociedade, na comunidade cristã. Apontam para nosso testemunho.

As alegorias nos relembram os santos e santas reconhecidos pela Igreja e que, ao seu modo e no seu tempo, foram luz e sal, e elevaram a cidade dos homens com seu testemunho, muitas vezes, heroico.

As alegorias nos relembram seu inverso, infelizmente. São aqueles que desistiram de ser luz e preferiram ser trevas, deixaram de salgar e foram pisoteados pelos homens. Não elevaram a cidade dos homens nem edificaram a Igreja de Cristo na cidade.

As alegorias de Jesus, quando lidas e refletidas, são estimulantes de nossa existência santa e católica. Sempre precisaremos de novo ânimo que nos advém do Espírito Santificador. Que Ele nos faça luz do mundo e sal da terra, perseverantes no bem!

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