PEDRO. PAULO. FRANCISCO.

Na Solenidade do martírio de São Pedro e São Paulo, apóstolos, transferida do dia 29 de junho para o próximo domingo, comemora-se o Dia do Papa.

Celebrando ambas as colunas da Igreja, consideremos as figuras que expressam a missão eclesial e o ministério de Pedro, de Paulo, de Francisco: a barca e a pedra.

A barca nos sugere a visão da Igreja, avançando no tempo, em fidelidade à mensagem de Jesus: “Ide, portanto…” (Mt 28, 19). Navega sempre, mais em tempos revoltos do que em tempos tranquilos. É o sulco dinâmico da Palavra que, ao ecoar, finca a mensagem do Reino.

A partir do simbolismo da barca de Pedro, Jesus é o Mestre: “Subindo num dos barcos, o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; depois, sentando-se ensinava do barco às multidões” (Lc 5,3). Na eclesiologia narrativa de Lucas, a cena evoca o magistério do próprio Jesus. Pelo Espírito Santo, Ele conduz sua Igreja à verdade plena em todos os tempos.

Em fidelidade ao ensinamento e ao envio do Mestre, a Igreja ensina. Avança em mares inusitados e desconhecidos. O “ide por todo mundo” é, então, a dinâmica da atuação no tempo e no espaço, em um mundo em mudanças. Atenta, perplexa, corajosa assume desafios. Renova-se criativamente, sem perder o rumo. Não se deixa seduzir pelo mito do passado, apesar de alguns. Confiante, resiste ao progressismo ingênuo, apesar de outros. Sabe que avança, entre ondas e tempestades e até tsunamis, e ainda não chegou ao porto seguro.

A pedra é outra imagem forte. Aponta para o fundamento, a solidez, a construção. Portanto, sinaliza também para algo de dinâmico. Visa à edificação da obra. Por isso, Jesus mudou o nome de Simão para Pedro e conferiu-lhe a missão específica e única: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Sobre o fundamento dos apóstolos e especialmente de Pedro, a Igreja se mantém e se edifica. Entretanto, recusa, em fidelidade ao projeto de Jesus, cair na tentação do conservadorismo fechado, obtuso, apesar de. Pedra não é tradicionalismo.

Paulo, fundando comunidades, sempre em viagem, visitando ou escrevendo-lhes cartas, bem expressa o dinamismo da figura da barca. É preciso navegar, ir adiante, prosseguir. Também indica a firmeza da pedra, pois avançava por terra e mar, na força da Palavra, na firmeza do ensino seguro, apesar de tantos conflitos que queriam detê-lo, mesmo entre os irmãos de fé.

Na Solenidade de Pedro e Paulo, somos estimulados a rezar pela Igreja Católica e por seu timoneiro, o Papa Francisco. Por que rezar por ele? Jesus orou por Pedro. Também a Igreja dos Atos pediu pelo Apóstolo quando fora aprisionado (At 12,5). Quanto a Francisco, é Pedro nos dias de hoje. Frequentemente pede: rezem por mim. De fato, a oração da Igreja inteira o sustenta na penosa missão de Vigário de Cristo. Enfim, porque não faltam outros motivos.

Junto às nossas preces e ações de graças, segue nossa coleta para o Óbolo de São Pedro, de todas as paróquias e comunidades do mundo católico. Portanto, também de nossa Igreja Diocesana de Iguatu. Colaboremos com o ministério sócio-caritativo do Papa em prol dos mais necessitados, no mundo atual. Mesmo uma Igreja pobre pode e deve contribuir, pois, “Deus ama quem dá com alegria” (2 Cor 9,7). Lembremo-nos do “óbolo da viúva” que Jesus valorizou (Lc 21, 3-4).

O Papa Francisco é o “servo dos servos de Deus”. Trata-se de expressão que lhe convém e aprecia. Ele é servidor. Igualmente, apresenta-se como sendo irmão entre irmãos. Ainda mais, formado na escola inaciana de espiritualidade, é da experiência íntima com Jesus que brota sua fascinante jovialidade. Deus o conserve à frente, dinâmico, audacioso, determinado.

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