A PROPÓSITO DO DIA NACIONAL DO CATEQUISTA

No último domingo de agosto a Igreja no Brasil se lembra do catequista, pois se dedica à instrução da fé católica para crianças, jovens e adultos. A jornada é festiva, de oração, de reflexão e de congraçamento pelo trabalho realizado. Cada catequista sinta-se agradecido e estimulado em sua atividade que faz parte da evangelização. Tenha em mente o que disse Jesus a quem ensina: “Alegrai-vos porque vossos nomes estão inscritos nos céus” (Lc 10,20).

É preciso que cada catequista tenha acesso ao Diretório para a Catequese, Documento do Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, datado de 23 de março de 2020. O Documento aborda temas importantes, tais como: A Revelação e sua Transmissão; A Identidade da Catequese; O Catequista; A Formação dos Catequistas; A Pedagogia da Fé; O Catecismo da Igreja Católica; A Metodologia da Catequese; A Catequese na Vida das Pessoas; A Comunidade Cristã, Sujeito da Catequese; A Catequese diante dos Cenários Culturais Contemporâneos; A Catequese a Serviço da Inculturação da Fé; Organismos a Serviço da Catequese. Muito assunto para ler, comentar e realizar. Temas que não podem faltar na formação dos catequistas hoje.

A catequese faz parte de um ministério, de acordo com a Catechesi Tradendae de São João Paulo II. A propósito, retoma o Diretório a mesma perspectiva: “No conjunto dos ministérios e serviços, com os quais a Igreja cumpre a sua missão evangelizadora, o “ministério da catequese” (CT, n.13) ocupa um lugar significativo, indispensável para o crescimento da fé. Esse ministério introduz à fé e, juntamente com o ministério litúrgico, gera os filhos de Deus no seio da Igreja” (n.110). É excelente tal abordagem por incluir a catequese na dimensão ministerial.

Dada a importância da catequese para a vida da Igreja, é preciso formar bem os catequistas para que exerçam seu ministério. Diz o Diretório: “A formação de catequistas ajuda a desenvolver as competências necessárias para a comunicação da fé e para o acompanhamento do crescimento dos irmãos e irmãs. A finalidade cristocêntrica da catequese molda toda a formação dos catequistas e a eles pede que sejam capazes de animar o percurso da catequese, de modo a trazer à tona a centralidade de Jesus Cristo na história da salvação” (n.132).

 Muitos dos problemas que a Igreja no Brasil experimenta advém da carência e falta de solidez na catequese e na formação bíblico-doutrinal. Percebe-se que o catolicismo sobrevive, em muitos lugares, devido ao “substrato cultural” alimentado pela beleza das devoções e a herança das festas religiosas. Entretanto, é um substrato com pouca base doutrinal e está ameaçado pelo pluralismo e proselitismo religioso, pela cultura da secularização e a visão pós-cristã dos valores e até pelos contra valores. Nesta matéria, “não se pode tapar o sol com a peneira”, como se diz.   

Por falta de solidez doutrinal e de convicção, ouve-se: “sou católico, mas a favor do aborto”; “sou católico, mas não aceito este papa nem a CNBB; “A Igreja é só para salvar as almas”; “Bispos e padres são comunistas”, quando tratam da justiça social e da boa política. O sentimento de não pertença e a falta de catequese explicam, em parte, a mudança de religião, sobretudo, quando o motivo é: “o católico é idólatra; adora imagens; adora santos e Maria”.

O Dia Nacional do Catequista impõe-nos uma revisão corajosa do alcance de nossa Catequese.

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