O adeus à Dom José Doth – A peregrinação entre igrejas

Em Pedra Branca
Por Luís Sucupira Fotos: Ana Paula Cavalcante e Luís Sucupira

 

A Rota da Esperança e do agradecimento. Assim podemos definir a passagem do cortejo fúnebre de Dom José Doth que começou em Pedra Branca, 262 km de Fortaleza e terminou em Iguatu, sede da Diocese.

Dom José Doth faleceu às dezessete horas e quinze minutos do domingo, 26 de novembro de 2017, na cidade de Pedra Branca de onde era natural e vivia na companhia da família. Á frente dos cuidados com a sua saúde estava o seu anjo da guarda – dona Dolores Doth que não deixou o irmão só um minuto sequer, nem mesmo após o seu falecimento.

Após a notícia a comoção tomou conta da comunidade católica do Centro-Sul do Ceará, Milhares de manifestações e de mensagens de pêsames e agradecimento. Dom José, como gostava de ser chamado, construiu a Sé Catedral de São José, algo considerado impossível de fazer. Seis anos após o início das obras a Catedral ficou pronta e com ela a chegada doença silenciosa que destrói a memória e levam com ela as nossas lembranças, sentimentos e até como fazemos coisas simples – como deglutir, por exemplo.

O Alzheimer é uma doença que pune a família, pois o doente não sabe o que está acontecendo. É como disse Dom Edson, Bispo de Iguatu, algo que “devemos pedir a Deus para nos livrar.”

Horas depois da sua morte as homenagens começaram na matriz de São Sebastião em Pedra Branca. O povo veio se despedir no último adeus a Dom José. A primeira missa na Matriz de São Sebastião em Pedra Branca foi presidida pelo pároco Padre Antonio Menezes e concelebradas pelos padres Carlos Roberto, Aleciano Alves, José Ribeiro, Ernandir Alves e padre Castelo.  Às dez horas aconteceu a segunda missa foi presidida pelo padre Carlos Roberto – Pároco da Matriz de Senhora Santana em Iguatu e concelebrada pelos padres Márcio Basílio, Ademar Alves, Edival Barbosa e Francisco Otaviano da Diocese de Quixadá.

Em Mineirolândia

Após o meio-dia era chegada à hora de deixar Pedra Branca e seguir rumo à Mireirolândia, onde foi vigário. Lá recebido na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro o padre José Ribeiro onde, na companhia do padre Roberto rezaram o terço. Em cortejo o féretro deixou Mineirolândia rumo à Mombaça.

Em Mombaça

Era feriado municipal pelos 166 anos de emancipação política e também primeiro dia de luto oficial. A cidade parou e a igreja de Nossa Senhora da Glória ficou lotada para homenagear aquele que batizou e casou muitos dos que ali estavam em oração. Em Mombaça foi presidida Pároco Lazaro Nogueira e concelebrada pelos padres Francisco Glebson, Carlos Roberto, José Ribeiro e Monsenhor Afonso Queiroga.

Já passavam das cinco e meia da tarde quando o cortejo deixou Mombaça e seguiu para Iguatu – lugar onde foi bispo e construiu a Sé Catedral de São José. Lá trocou de carro e seguiu em carro aberto do Corpo de Bombeiro escoltado pelo povo, que fez questão de recebê-lo à entrada da cidade e acompanhá-lo até a Catedral onde será sepultado.

Em Iguatu

A igreja lotou rapidamente. Autoridades, imprensa e o povo de Deus estiveram presentes na emocionante chegada. Logo na chegada foi feita a oração das Laudes (Liturgia das Horas). A primeira missa foi conduzida pelo bispo titular de Iguatu, Dom Edson de Castro Homem e depois, a cada duas horas, um padre conduzirá a missa e assim, sucessivamente, até a chegada da hora da missa de Corpo Presente.

O funeral de Dom José Doth se estende até a quarta-feira, dia 29 de novembro, quando às 10 da manhã ocorrerá o seu sepultamento.

 Sobre Dom José Doth

O Bispo Emérito começou a sua carreira no Seminário da Prainha em1953. Em 13 de dezembro de 1964, Dom José Mauro, então bispo diocesano de Iguatu, conferiu-lhe o Sacramento da Ordem, tornando-o, assim, sacerdote do Altíssimo.

Com o passar dos tempos, devido a sua entrega ao ministério cristão, José Doth ocupou vários cargos, foi Vigário de Mineirolândia entre 1965-1970 – Vigário de Mombaça entre1970-1988, vigário em Piquet Carneiro de 19 de março a 2 de julho de 1988.

Desempenhou também a função de Vigário Geral da Diocese de Iguatu, de 1988 a 1989. Foi nomeado bispo coadjutor de Palmares-Pernambuco, em 23 de dezembro de 1989, por decisão do Papa João Paulo II.

Sagrado bispo em 13 de maio de 1990, em Iguatu, em solene pontifical, cuja presidência coube a Dom José Mauro Ramalho, na época, bispo diocesano.

Dom José Doth tomou posse, como bispo coadjutor de Palmares, em 22 de junho de 1990. O Papa João Paulo II o transfere para Iguatu em dezembro de 1991. E o empossa como bispo coadjutor de Iguatu no dia 9 de fevereiro de 1992.

Dom Doth era devoto de São José e patrono da Sé Catedral de Iguatu

Natural do município de Pedra Branca, Dom José Doth foi consagrado bispo em 1990, sendo o primeiro padre pedrabranquense a ser nomeado Bispo assumindo a função de bispo coadjutor da Diocese de Iguatu, onde permaneceu até 2000, quando passou a Bispo titular, ficando até 2009, ano que pediu seu afastamento do cargo devido a problemas de saúde.

Apesar de ter nascido no dia 01, Dom José sempre considerou seu aniversário o dia 19 de março, a data de seu batismo, e o santo de sua devoção, São José, padroeiro do estado do Ceará.

No seu legado deixa a construção da nova Catedral de Iguatu, dedicada a São José. A obra foi anunciada por ele, na ocasião de sua posse em 6 de agosto de 2000.  O templo ficou pronto seis anos depois.

 

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