JOÃO É SEU NOME

O nascimento de João é solenidade com vigília. Trata-se do reconhecimento litúrgico da missão especial deste profeta.

Veio para preparar o povo para a vinda do Messias, apontar sua pessoa, apresenta-lo no dia do batismo nas águas do rio Jordão. O tempo da promessa se cumpriria. Por isso, o anúncio feito a seu pai, Zacarias, é relacionado à anunciação a Maria e o da natividade de João ao natal do Senhor. Assim, a figura de João se explica por sua referência a Jesus.

Tanto a esterilidade de Isabel quanto a velhice de Zacarias expressam que João é obra do favor divino para seus pais. Sobretudo, para o povo. O agraciado é aquele cujo nome significa sua missão: Deus lhe é favorável. O nascimento envolve os vizinhos. Trata-se de um prodígio, causando-lhes santo temor e despertando-lhes indagações: Que virá a ser esse menino?

A mensagem do Arcanjo Gabriel a Zacarias, durante o ofício sacerdotal, soara profética: Ele será grande diante do Senhor; Ficará pleno do Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe; Ele converterá ao Senhor, seu Deus, muitos dentre os filhos de Israel; Caminhará com o Espírito e o poder de Elias; Converterá os corações dos pais aos filhos; Preparará ao Senhor um povo bem-disposto.

Os festejos em honra de São João surgem dessas narrativas bíblicas. Contudo, segundo o prólogo do quarto Evangelho: Ele embora não fosse a luz, anunciava a luz. Assim sendo, faz parte da tradição da festa acender e até abençoar a fogueira. O símbolo é de Jesus do qual João disse: Ele vos batizará com fogo.

É comum o nome de João. Não sai de moda. Além da homenagem ao precursor, há o desejo dos pais que seu menino seja portador de um destino de liberdade a ser construído. Seja promissor, saudável, feliz. Embora não todos possam ser reconhecidos socialmente grandes, toda vida humana tem seu sentido de grandeza à luz da eternidade, pois, carrega em si uma promessa para Deus, além deste mundo. Logo, não nasce para ser João-ninguém.

A natividade do profeta na divisa dos dois Testamentos, o Antigo a apontar o Novo, também pode facilitar-nos a meditação sobre a acolhida da vida humana com a surpresa de sua novidade. Seu valor sagrado e pessoal ultrapassa qualquer condição, mesmo desfavorável, porque nasceu para ser filho (a) de Deus.

O nascimento de João trouxe grande alegria. Compreende-se por que as festas em sua honra, nas ruas e praças, igrejas e colégios, reúnem crianças e jovens, caracterizados de simpáticos caipiras a dançar quadrilha, manifestando a satisfação de viver e de conviver. Apesar da violência e da insegurança, as populações resistem, por meio de tais festividades, ao medo. Recusam isolar-se. Portanto, unidos em nossa religiosidade, digamos alegres: Viva São João!

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