Crônica: A Igreja nas Arábias em saída com os Samaritanos

Dubai (RV*) – Os apelos do Papa Francisco para que a Igreja esteja em saída estão encontrando excelente aceitação, em toda a Igreja e até mesmo em outras denominações cristãs. Com certeza é sinal de que o cristianismo, sonolento e recluso, está ganhando o mundo conforme o desejo expresso por Jesus Cristo.

 

Prestando atenção à caminhada das comunidades de fé ao redor do mundo, é fácil perceber que o jeito de ser “Igreja em Saída” assume características próprias de acordo com a cultura e organização social de cada país.

Certamente desperta curiosidade ou até preocupação, quando pensamos em Igreja em ”Saída” num país islâmico, em sua maioria, como os Emirados Árabes Unidos… onde podemos construir nossas estruturas religiosas somente em áreas cedidas pelas famílias regentes. Construções desprovidas de aparência de local de culto, sem campanários e a proibição de encimá-las com a cruz dão a ideia de limitação, ainda mais, reforçada pelo impedimento de organizar atividades religiosas fora delas.

O grupo “Samaritanos” da Igreja Saint Mary’s, Dubai, cujo carisma é a solidariedade com as pessoas necessitadas, descobriu dois pilares comuns entre cristãos e islâmicos, permitindo a construção de uma ponte. Um dos pilares do cristianismo é o amor ao próximo e, a caridade o é para os muçulmanos. À descoberta dessa sintonia entre as duas religiões e o entendimento com as autoridades locais, os “Samaritanos” promovem caminhadas em lugares públicos, como aquela da misericórdia, para angariar fundos destinados ao tratamento de pacientes pobres, portadores de câncer.

Outra atividade, anualmente esperada, é Salam Dubai, Paz para Dubai, cuja finalidade é oferecer uma oportunidade de confraternização entre trabalhadores dos acampamentos. Centenas deles são congregados num lugar amplo no qual participam de jogos, gincanas, música e competições esportivas.

Nas duas atividades, grandes painéis com fotos de Santa Madre Teresa e do Papa Francisco e seus dizeres presidem a atividade. Personalidades do governo e os sacerdotes presentes fazem uso da palavra, ressaltando apreço pelos seres humanos de todas as raças e religiões.

Evidentemente, os representantes do governo, demonstram respeito e admiração pela atuação da Igreja na sociedade.

Ser “Igreja em Saída” é ir ao povo com alegria, testemunhando que os cristãos autênticos amam a todos.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para Rádio Vaticano.

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